
Pare de pedir lista vip em eventos. Com amor, de: mim / para: você
Eu sei, o bolso fala mais alto.
Aquele rolê que apareceu DO NADA no meio do mês, depois do dia 20 já, e você tá meio sem grana pra ir. Qual a solução?
“Será que rola uma listinha?”
”Não da pra mim ir, só se você me passar”
”Esse mês me quebrou, tem como fortalecer na entrada?”
”Queria ir só pra conhecer mesmo”, rola um nominho não?”
”Tô com uma turma grande de amigos aqui, todos vão consumir muito no seu bar. Passa a gente pra f-o-r-t-a-l-c-e-r?”
”É meu aniversário, quebra essa pra mim?”
Isso mesmo: a primeira solução que vem na sua e na minha cabeça é a de pedir LISTA VIP/FREE/CORTESIA para quem quer que esteja envolvido no evento que você está muito interessado em ir.
Mas na verdade essa pratica (que parece boba e simples) afeta e muito todo o andamento de um evento desde o início.
Vou voltar um pouco no tempo:
Era 2020, Março, mais precisamente na segunda semana. Pandemia de COVID-19 no mundo todo.
Talvez você não tenha sido tão afetado financeiramente por esse acontecimento que tivemos no mundo a alguns anos, mas, o setor de eventos, foi com toda certeza o mais afetado até hoje.
Tivemos muitos profissionais que perderam suas vidas, outros que tiraram as mesmas (alguns grandes amigos inclusive). Outros simplesmente desistiram, venderam equipamento, começaram a tabalhar em outros mercados tradicionais por conta da falta de esperança no retorno.
Eu mesmo fui um desses que voltei a fazer freela, bico e tentar extras no máximo de oportunidades que eu conseguisse.
Pra pegar o macro: em 2021, saiu um recorte até a data do possível prejuizo que todo o setor havia sido acometido pela pandemia. Em Fevereiro já eram R$ 270 bi acumulados (você leu certo, DUZENTOS E SETENTA BILHÕES DE REAIS)
Leia aqui nessa matéria veiculada na CNN sobre o tema
Faltou comida, faltou dinheiro (ô se faltou), faltou sanidade mental.
Só não faltou a memória de algo que marcou as nossas vidas pra sempre
Também só não faltou o amor pelo corre, que isso é o que alimenta. Bem mais que o dinheiro , porque as vezes ele nem compensa tanto o exforço de sair de casa e deixar os seus pelo lucro de terceiros. Papo reto mesmo.
Foram quase 2 anos de espera, todo dia dormindo e acordando na incerteza.
Mas passou. Graças a Deus!
“E porque mesmo que ce resgatou esse papo bad pra explicar sobre lista vip?”
Eu explico: é que a conta não fechou ainda. Tá longe de fechar (se fechar um dia)
Mas desde antes da pandemia, uma continha rápida aqui:
A cada ingresso que você pede entrada grátis — seja de R$ 50/60/100 ou até de 10 reais, o que já tiveram a coragem de me pedir — é um cachê, freela, diária, equipamento ou custo que deixa de ser arcado no evento como um todo.
Se você não paga seu ingresso, o produtor do evento, ou amigo que te ‘passou pra dentro’, espera muito que você consuma o mínimo dentro do bar, pra que a conta chegue perto de fechar.
Caso você não consuma (o que não é uma obrigação sua também) e não pague seu ingresso, você simplesmente passou por aquele lugar sem fortalecer em absolutamente nada do que ele está propondo, seja em manifestação cultural, discurso, ideia ou qualquer que seja a mensagem.
- Fazer um stories não é fortalecer
- Pedir VIP (pra você ou pra sua turma) não é fortalecer
Fortalecer é comprar ingresso e ajudar os amigos a realizar os sonhos deles, sejam eles DJs, promoters, donos de evento ou só prestadores de serviço em geral
Essa reflexão eu quis trazer a tona porque é algo que sempre é falado, mas nunca realmente tratado da maneira correta.
Eu só destravei meus olhos quando passei pro lado de cá da força, levando calote de produtor de evento porque a bilheteria não vendeu ou por conta do bar que não foi lá essas coisas (o que as vezes é desculpa também, mas nem sempre).
Então, pra reforçar o pedido:
Quer fortalecer o evento que seu amigo/amiga/parça/bro está envolvido?
Não pede lista. Compra o ingresso. Assim a roda gira e tem sempre evento pra você colar.
Leia e releia tudo acima com o mesmo amor que eu tive em escrever tudo iso até aqui.
Não matem o mensageiro, eu só quero ajudar você a entender assim como eu entendi a duras penas o que eu tentei explicar acima. É nois.